Século XIX



No ano 1801, já no início do século XIX, foi assinado o Tratado de Badajós. Esse tratado tinha como finalidade colocar fim à chamada Guerra das Laranjas entre os países Portugal, França e Espanha, e acabou tendo consequência uma alteração na conformação do território brasileiro, retomando as formas do antigo Tratado de Madrid. 

Houve também no período entre 1808 e 1817 a chamada ‘Guerra da Guiana’, que tinha como objetivos principais a reafirmação da guerra entre Portugal e a França Napoleônica, além de permitir o ajustamento de fronteiras entre o Brasil e a Guiana Francesa, alterando as fronteiras determinadas pelo Tratado de Utrecht. Com a derrota napoleônica em 1814, a monarquia reinstaurada na França na pessoa de Luis XVIII se apressou em reivindicar a posse da Guiana, sendo que em 21 de Novembro de 1817 a guarnição portuguesa deixaria o território regressando ao Brasil. 

Ainda em 1822, mas agora no dia 07 de Setembro, ocorre o que é conhecido como ‘A Independência do Brasil de Portugal’, pondo fim às tentativas de recolonização do Brasil feitas por Portugal. O país ficou independente em meio a imensos problemas, como a crise econômica, a guerra com Portugal, a necessidade de reconhecimento pelas nações estrangeiras e a elaboração da nova Constituição.

No período entre 1825 e 1828 houve a chamada ‘Guerra da Cisplatina’, entre Brasil e a Argentina, que brigavam pela posse da Província de Cisplatina, atual Uruguai. Os habitantes da Cisplatina não aceitavam pertencer ao Brasil, devido à diferença de cultura entre os povos e a falta de autonomia, começando, portanto, a criar um movimento de independência que resultou na separação da Província em 1828, que antes pertencia ao Império do Brasil.  

É impossível discutir a formação do território brasileiro sem citar a importância do ‘Ciclo da Borracha’, que teve seu auge no período entre 1879 a 1912 (1ª fase). Esse ciclo está relacionado com a extração do látex e com a comercialização da borracha, muito importante para a fabricação de diversos objetos. Como teve seu polo na região amazônica, proporcionou a expansão da colonização, atração de riquezas, transformações culturais e sociais, e grande impulso ao crescimento de Manaus, Porto Velho e Belém. Muitos nordestinos, prejudicados pela seca no final do século XIX, migraram para a região norte a fim de participarem da extração da borracha e melhorarem suas condições de vida. Impulsionou também a futura anexação do Acre, o que comprova a importância desse ciclo para a formação do território brasileiro. 

No período de 1890 a 1895 houve uma disputa de território entre o Brasil e a Argentina, conhecida como ‘A Questão de Palmas’ da região oeste dos atuais estados Paraná e Santa Catarina. Em 25 de novembro de 1890 foi assinado o Tratado de Montevidéu que dividia a região entre os dois países, dando mais concessões à Argentina, fazendo com que o Congresso Nacional do Brasil não ratifique os termos desse tratado. O governo estadunidense foi submetido ao arbitramento, e ficou favorável ao Brasil, fazendo com que o território ficasse totalmente sobre o domínio brasileiro.

O café foi o produto que impulsionou a economia brasileira desde o início do século XIX até a década de 1930.  Como o Brasil detinha o controle sobre grande parte da oferta mundial desse produto, podia facilmente controlar os preços do café nos mercados internacionais, obtendo assim lucros elevados. Desta forma, o Brasil tinha dois grandes aliados econômicos no século XIX, que são o café e a extração da borracha. 

No início do século XVIII os franceses reivindicaram a posse da área onde hoje se encontra o Estado do Amapá, mas o Tratado de Utrecht estabeleceu os limites entre o Brasil e a Guiana Francesa, os quais não foram respeitados pela Guiana Francesa. No século XIX o povoamento dessa região começou a se intensificar, acompanhados pelo aumento da extração da borracha e da descoberta de riquezas, fazendo com que os franceses a invadam em 1895. Em 1900, a Comissão da Arbitragem, em Genebra, deu a posse do território ao Brasil, que foi então incorporado ao Estado do Pará e mais posteriormente elevado a um Estado da Federação (1988).

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